Entre provas para corrigir, aulas para preparar e projetos para coordenar, muitos professores enfrentam uma jornada que vai além dos muros da academia, a da paternidade. Conciliar o rigor das exigências acadêmicas com as demandas da vida familiar é um desafio diário que exige organização, empatia e, muitas vezes, renúncias. Na Universidade de Rio Verde muitos docentes vivem essa dupla missão, a de formar cidadãos dentro e fora de casa. Conheça os impactos, aprendizados e adaptações que surgem quando a educação vai além da sala de aula e entra no berço, no dever de casa e na rotina dos filhos, na rotina de alguns professores
Leonardo Montes Lopes é Professor na Faculdade de Pedagogia e comenta que o seu maior desafio é equilibrar as responsabilidades como professor e pai, dosando o tempo entre a docência e a atenção às filhas. “Minhas filhas precisam de um tempo de qualidade comigo, e à docência exige tempo e dedicação, mas com muito cuidado e disposição, consigo equilibrar as duas funções com alegria e muito prazer. As estratégias que desenvolvo para administrar as demandas acadêmicas e a paternidade, se consolidam em organizar o tempo de forma que eu tenho períodos exclusivos para ouvir minhas filhas, dar carinho e atenção, e da mesma forma, priorizar tempo para as demandas acadêmicas de maneira que ambas as funções sejam atendidas com intensidade, afinal, quando meu papel enquanto pai está sendo cumprido, consequentemente desenvolverei minhas funções acadêmicas com mais motivação e cuidado,” relata Leonardo.

O Professor compartilha que a experiência da paternidade influenciou de maneira significativa na sua prática docente. “A paternidade me transformou como pessoa, dando a mim uma cosmovisão de cuidado para com meus alunos, sensível aos problemas do próximo e me moldando como ser humano; o que resulta em uma prática docente que aporta em ciência, humanidade e amor às pessoas, tudo isso fruto da experiência ímpar da paternidade. Ser pai para mim, é desenvolver e demonstrar diariamente amor incondicional, amor que não cabe em palavras, amor que supera barreiras, amor que não se rompe. Ser pai para mim é vivenciar diariamente a dádiva de amar um ser concedido por Deus para eu amar e cuidar por toda minha vida,” pontua emocionado.
Outro Professor que concilia a rotina na docência com a paternidade é Ricardo Neves, que ministra aula na Faculdade de Ciências Contábeis desde 2012 e compartilha a emocionado a jornada dupla. “Quando meu filho Luís Ricardo nasceu, iniciei também o doutorado. Isso tornou o desafio ainda maior, ao ter que conciliar a dedicação à sala de aula e à formação acadêmica continuada com o cuidado e a presença que a paternidade exige. Encontrar equilíbrio entre o tempo profissional e o tempo de qualidade em família é um exercício diário, para aproveitar cada fase do seu desenvolvimento, brincando, curtindo, sabendo que todas as fases passam rápido e são importantes,” conta Ricardo.

O Docente conta que a paternidade mudou sua percepção sobre muitas coisas. ”Nesse aspecto, desenvolvi ainda mais empatia e sensibilidade diante das realidades dos alunos. Com certeza, passamos a exercer com mais intensidade a escuta ativa e a valorizar a importância de oferecer suporte além do conteúdo, algo que levo para minhas aulas todos os dias. Sempre tive uma rotina de estudos, treinos, preparação e aulas, mas, após o nascimento do meu filho, essa rotina se tornou ainda mais bem definida, com horários organizados para estudo, docência e, principalmente, para estar com meu filho. Estabelecer prioridades claras e aprender a dizer “não” para algumas demandas foram fundamentais para manter o equilíbrio. Ser pai, para mim, é estar presente, em cada consulta médica, em cada detalhe do seu desenvolvimento. É brincar, apresentar o mundo e assumir, com responsabilidade, o compromisso de educar todos os dias, com entrega, paciência e propósito,” conclui Ricardo.
Cristhyano Pimenta também integra o quadro de docentes que precisa conciliar o tempo com o trabalho no Campus Luziânia, com as duas filhas, já na adolescência. Ele conta que o seu maior desafio é tempo. “A rotina acadêmica é intensa, mas sempre fiz questão de estar presente. Mesmo com muito trabalho, nunca deixei de ser pai presente acompanhando, cuidando e celebrando cada fase das minhas filhas. Com certeza, ser pai me tornou mais atento ao que vai além do conteúdo, me fez entender que cada estudante tem uma história, uma luta, uma necessidade única de lutas e batalhas vinculadas em suas famílias,” explica.

O Docente e coordenador-geral do Campus comenta ainda, que vive criando estratégias para lidar com as rotinas e estar presente. “Crio estratégias diárias para estar integralmente presente nos momentos que estamos juntos, mesmo cansado ou preocupado com a rotina profissional, luto para estar sempre presente, nas refeições, nas conversas, nos momentos de jogos, nas pescarias, levando e buscando da escola, em cada momento do dia a dia. Ser pai é um presente de Deus, é uma benção e uma responsabilidade muito grande, é amar, dedicar, viver e crescer junto com os filhos,” compartilha Cristhyano.
Equipe Ascom UniRV
Jornalista: Vanderli Silvestre - CRP 4126/GO
Arte: Vinicius Macedo