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A importância do olhar atento da Enfermagem na detecção de sinais ocultos

Publicado em: 14-05-2025
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A violência contra a mulher é um grave problema de saúde pública e uma violação dos direitos humanos que atinge mulheres de todas as idades, classes sociais, religiões e níveis de escolaridade. Esse tipo de violência pode ser física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral, e muitas vezes é sustentada por mecanismos de controle emocional e financeiro, dificultando que a vítima rompa com o ciclo de abuso. A violência de gênero compromete profundamente a saúde física e mental da mulher, afetando sua qualidade de vida e inserindo-a em um contexto de vulnerabilidade social.

Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2023 mostram um crescimento preocupante nos casos de violência contra a mulher no Brasil. Mais de 258 mil mulheres sofreram lesão corporal dolosa no ambiente doméstico, representando um aumento de 9,8% em relação ao ano anterior. Outros tipos de violência também registraram alta: ameaças subiram 16,5%; violência psicológica cresceu 33,8%, e os casos de perseguição aumentaram 34,5%.

Professora da Disciplina de Saúde Mental e Psiquiátrica na Faculdade de Enfermagem da UniRV, com mestrado em Saúde Coletiva e autora da pesquisa, “Violência baseada no gênero e transtornos depressivos: experiências de mulheres em um Centro de Atenção Psicossocial”, Rosilene da Silva Ribeiro afirma que esse tipo de agravo cresce a cada dia no Brasil e no mundo e não distingue classe social, religião, idade, cor e grau de escolaridade. “Não existe um perfil específico de quem sofre violência de gênero, uma vez que toda mulher está suscetível. Entretanto, observa-se que a vulnerabilidade social é fator de risco para os diversos tipos de abusos,” conta Rosilene.

A Docente explica que as consequências para a saúde da mulher são extensas e graves. Além de lesões físicas, a violência pode resultar em gestações indesejadas, infecções sexualmente transmissíveis e danos significativos à saúde mental, como depressão e ansiedade. “Enfrentar esse cenário requer o fortalecimento das redes de apoio, campanhas de conscientização e o combate à impunidade, visando garantir proteção e dignidade para todas as mulheres. Além disso, é fundamental o papel da equipe multiprofissional de saúde na identificação e no enfrentamento dessas situações, principalmente os profissionais de Enfermagem, que são quem passa o maior tempo com os usuários dos serviços de saúde,” esboça Rosilene.

Segundo ela, por ser na Enfermagem que se concentra os atendimentos de triagem e acolhimento dessas mulheres quando elas chegam nas unidades, de muito importante que os enfermeiros e enfermeiras sejam capacitados para perceber sinais e sintomas dessas violações e estejam sensíveis a fazer um atendimento integral e humanizado à essas meninas e mulheres. “Entre os sinais e sintomas que podem evidenciar a violência doméstica estão as lesões físicas recentes, bem como cicatrizes de lesões antigas que podem ou não estar em regiões visíveis do corpo, além de lesões em regiões genitais.  Porém, o mais importante na triagem dessas condições são os sinais inaparentes como as crises de ansiedade, insônia, alterações de apetite, humor deprimido, falta de interesse por atividades que antes eram prazerosas ou mesmo isolamento social,”

A Professora reforça que é indispensável que a equipe de Enfermagem seja capacitada. “Pensando na prática profissional vale ressaltar que um bom enfermeiro não se faz apenas com conhecimento técnico ou práticas atualizadas, é importante também ter uma visão holística, ou seja, realizar atendimentos complexos, integrais e pautados também naquilo que não é possível enxergar, é preciso ter instinto para detectar problemas sociais e para captar aquilo que nem sempre é dito, “

Rosi finaliza dizendo que na Disciplina que ministra no curso de Enfermagem da UniRV, ela aborda esse assunto, preparando os acadêmicos para lidar com situações como essa. Na Disciplina de saúde mental eu abordo esse conteúdo, preparando os alunos para lidar com esses tipos de casos. O profissional precisa ter conhecimento para promover a gestão adequada do cuidado dessas meninas e mulheres, mas também se faz importante saber acolher a dor, os desconfortos e os rótulos que estão atrelados a essas violências, bem como encorajá-las a buscar meios para romper com o ciclo de violências,“ finaliza Rosi.
 
Equipe Ascom UniRV
Jornalista Vanderli Silvestre - CRP 4126/GO
Arte: Vinicius Macedo

 

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