Na Psicologia, dominar as técnicas e teorias terapêuticas é essencial, mas não basta. A qualidade do atendimento ao paciente está também ligada às habilidades emocionais do profissional, e a principal delas é a empatia. Compreender o que o paciente sente, não apenas de forma racional, mas emocional, é o que permite a construção de uma relação terapêutica sólida e de fato transformadora.
As habilidades emocionais englobam a capacidade de reconhecer, compreender e manejar emoções. A Diretora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Rio Verde, Professora Dra. Sueli Caixeta, explica que no ambiente clínico, essas competências se traduzem em uma escuta mais sensível, uma postura acolhedora e uma comunicação que respeita e valida a experiência subjetiva do paciente. O psicólogo que desenvolve essas habilidades consegue perceber nuances emocionais, muitas vezes não verbalizadas, o que enriquece o processo terapêutico.
“A empatia, em particular, é um dos pilares fundamentais dessa prática. Ela vai além de imaginar-se no lugar do outro. Envolve escutar com presença, perceber o que o paciente sente sem julgamentos, e responder de forma que ele se sinta visto e compreendido”, reforça a Professora. Estudos demonstram que pacientes que percebem empatia em seus terapeutas tendem a se sentir mais seguros, compreendidos e motivados a continuar o processo de autoconhecimento e mudança.
Desenvolver habilidades emocionais, no entanto, requer um processo contínuo de autoconhecimento. “O psicólogo precisa estar atento às próprias emoções e reações, compreendendo como suas vivências pessoais influenciam sua escuta e suas intervenções. É por isso que a análise pessoal e a supervisão clínica são instrumentos tão importantes na formação e prática profissional: eles ajudam o psicólogo a manter uma escuta limpa, livre de projeções, e mais sintonizada com a realidade emocional do paciente”, esclarece a Professora.
Além disso, práticas como atenção plena (mindfulness) contribuem para que o profissional desenvolva presença emocional no atendimento, estando mais disponível para o aqui e agora da sessão. Cursos e leituras sobre inteligência emocional também podem ampliar a compreensão do psicólogo sobre as complexidades afetivas envolvidas nas relações humanas, melhorando sua atuação clínica.
“Reconhecemos o papel do psicólogo como profissional essencial na promoção da saúde mental e no cuidado com o ser humano. A UniRV busca formar profissionais éticos, e ao compreender profundamente as emoções do outro e ao desenvolver sua própria inteligência emocional, o psicólogo transforma a experiência terapêutica em um momento curativo”, comenta o Reitor Professor Dr. Alberto Barella Netto.
Professora Sueli conclui ainda que é importante lembrar que o psicólogo também precisa cuidar de sua própria saúde mental. “Lidar diariamente com a dor psíquica do outro pode ser emocionalmente desgastante. Por isso, reservar espaços de autocuidado, manter redes de apoio profissional e reconhecer seus próprios limites são atitudes fundamentais para preservar a empatia e a qualidade do atendimento”, ressalta.
Equipe ASCOM
Jornalista Ana Júlia Sales
Arte: Vinícius Macedo