Nas últimas décadas, a Psicologia passou por importantes transformações em sua relação com as questões de gênero e sexualidade. Se antes era comum que identidades LGBTQIA+ fossem patologizadas ou tratadas como desvios de norma, hoje o campo avança no sentido da escuta, do acolhimento e respeito à diversidade. E compreender como a Psicologia tem se posicionado frente à população LGBTQIA+ é essencial para (Des)construir preconceitos enraizados tanto nas instituições quanto na sociedade. Esse assunto se torna ainda mais relevante no dia 28 de junho, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, uma data que simboliza a luta por direitos, visibilidade e respeito às identidades de gênero e orientações sexuais diversas.
E para aprofundar a reflexão, trazendo contribuições e perspectivas sobre o comportamento humano e o papel do profissional da área, o Psicólogo e Professor na Faculdade de Psicologia da UniRV, Me. Valdir Barbosa Junior explana a temática, contextualizando sobre os espaços que a Psicologia promove para o diálogo e acolhimento. “Dia 28 de junho é uma data simbólica para a luta por direitos LGBTQIAPN+ em todo o mundo. uma data que representa a luta pelos direitos e pela visibilidade da comunidade lésbica, gay, bissexual, transgênero e de todas as pessoas que se identificam com outras orientações sexuais e identidades de gênero, e a Psicologia promove um espaço para o diálogo e para o acolhimento da diversidade e no combate à homofobia e à transfobia,” comenta Valdir.
Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, o Docente comenta ainda que essa data traz reflexões importantes sobre respeito e a (Des) construção de preconceitos. “Este dia nos provoca a uma reflexão sobre o ser humano que faz parte desta comunidade LGBTQIAPN+, acolhendo, respeitando e escutando cada um deles. Nesse sentido a Psicologia desenvolve um papel importante na sociedade, na promoção da conscientização dos direitos e do espaço que cada um da comunidade pode ocupar, principalmente no quesito de (Des) construir qualquer forma de preconceito, de discurso de ódio e de exclusão dos membros, em razão de ideais, crenças limitantes e de princípios peculiares,” pontua.

Valdir que também é coordenador do Grupo Acolher na UniRV, acrescenta que a Universidade tem incentivado a estruturação de espaços e a realização de ações dentro do ambiente acadêmico. “Como Psicólogo e coordenador do Grupo Acolher na UniRV, que é um espaço que oportunizamos o acolhimento e a escuta ativa, se dá graças ao incentivo do nosso reitor Prof. Dr. Alberto Barella. É importante reconhecer a importância desse apoio e afirmar que a população LGBTQIAPN+ é altamente capaz e tem pleno direito de acessar e permanecer nos espaços acadêmicos e profissionais,” compartilha o Docente.
O Professor faz um alerta importante sobre a manifestações homofóbicas que ocorrem de maneira silenciosa, acreditando na transformação desse cenário por meio da educação. “A homofobia ainda se manifesta de forma silenciosa no cotidiano, por meio de piadas, comentários desnecessários, olhares de julgamento ou exclusões sutis que, muitas vezes, passam despercebidas, mas causam um impacto profundo na saúde mental. Essas violências simbólicas enfraquecem a autoestima, geram sofrimento psíquico e dificultam o desenvolvimento acadêmico e profissional de quem já enfrenta inúmeras barreiras sociais. Por isso, acredito que a transformação desse cenário passa pela educação, pelo acolhimento e pela representatividade que o nosso Grupo Acolher promove a cada encontro. Precisamos, enquanto comunidade universitária, desconstruir preconceitos e construir um espaço verdadeiramente plural, seguro e respeitoso para todas as formas de existência, “ opina.
A data de 28 de junho, se consolidou como um marco global da resistência e da afirmação do orgulho de ser quem se é, servindo também como um chamado à conscientização e ao combate às diversas formas de preconceito que ainda persistem. “A Psicologia diante das singularidades do ser humano, contribui de certa forma para a desconstrução de estereótipos e preconceitos, na compreensão da identidade de gênero e da sexualidade de forma saudável, além de fornecer apoio emocional para superar os desafios enfrentados pelas pessoas da comunidade LGBTQIA+. Junte-se a essa luta e contribua para a construção de um mundo mais acolhedor e diverso,” conclui Valdir Junior.
Equipe Ascom UniRV
Jornalista: Vanderli Silvestre - CRP 4126/GO
Arte: Rogério Guimarães