As cores desempenham um papel fundamental no Design Gráfico, funcionando como um dos principais elementos de comunicação visual. Elas vão além do aspecto estético, se tornando ferramentas estratégicas que despertam emoções, direcionam o olhar, organizam informações e influenciam comportamentos. No Design, todas as cores carregam significados culturais, simbólicos e psicológicos que afetam diretamente a forma como uma mensagem é percebida pelo público.
Thiago Macedo, Professor das disciplinas de Design de Embalagem, Tipografia e Diagramação, e Editoração Digital explica que a psicologia das cores é um campo de estudo amplamente explorado dentro do Design. “Tons quentes, como o vermelho e o amarelo, costumam evocar sensações de energia, urgência ou entusiasmo, enquanto os tons frios, como azul e verde, são associados à tranquilidade, confiança ou equilíbrio,” comenta o Docente.
O Docente comenta que essas associações não são regras fixas, mas sim, orientações úteis que ajudam designers a tomar decisões mais conscientes, especialmente em projetos ligados a marcas, embalagens e campanhas publicitárias. “Além de comunicar sentimentos, as cores também organizam visualmente as informações. Em um layout, por exemplo, o uso criterioso de contraste entre cores pode facilitar a leitura e destacar hierarquias. Já uma paleta harmônica pode garantir unidade visual e reforçar a identidade de uma marca,“ afirma.
O Professor chama atenção para o uso inadequado das cores, que pode comprometer seriamente a eficácia de um projeto gráfico. “Uma paleta mal escolhida pode gerar ruído visual, dificultar a leitura e a compreensão da informação, especialmente quando há pouco contraste entre elementos como texto e fundo. Cores muito saturadas ou mal combinadas podem causar desconforto visual e afastar o público, enquanto escolhas cromáticas incompatíveis com o conteúdo podem transmitir mensagens equivocadas, como por exemplo, usar tons vibrantes em um material institucional sério,” explica.
Thiago completa ainda, que a falta de atenção à acessibilidade, como o uso de combinações problemáticas para pessoas com daltonismo, como vermelho e verde, pode tornar o conteúdo ilegível. “Em contextos de identidade visual, erros cromáticos podem enfraquecer a marca, gerar associações indesejadas ou até prejudicar seu reconhecimento, já que a cor é um dos elementos mais memoráveis de uma identidade. Portanto, a cor mal utilizada não apenas falha em comunicar, ela pode criar barreiras reais à comunicação,”
Para encerrar, o Docente cita que o uso consciente das cores no Design Gráfico não se trata apenas de intuição, mas de método. “Designers recorrem a teorias da cor, testes de usabilidade e referências culturais para criar paletas eficientes. Em um mundo cada vez mais saturado de estímulos visuais, o domínio das cores é uma vantagem competitiva, é o que pode fazer uma marca ser lembrada, uma informação ser compreendida ou uma causa ser sentida. A cor, no Design, é linguagem, e saber usá-la é essencial,” conclui Thiago.
Equipe Ascom UniRV
Jornalista: Vanderli Silvestre - CRP 4126/GO
Arte: Vinicius Macedo