Em uma ocasião única para compartilhar conhecimento e explorar novas parcerias que promovam sustentabilidade no agronegócio, a Universidade de Rio Verde realizou o II Workshop da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro-Oeste – Agrobiotec.
A Rede, que é formada pela parceria entre a UniRV, Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Universidade de Cuiabá (UNIC), Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT), visa encontrar soluções para o agronegócio por meio de pesquisas interdisciplinares.
O evento reuniu acadêmicos da Faculdade de Agronomia para uma apresentação mais aprofundada da Rede e dos projetos para docentes e discentes dos Programas de Mestrados da UniRV e demais áreas das Ciências Agrárias.
A mesa-redonda foi formada pelos integrantes da Rede: a Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da UniRV, Professora Dra. June Faria Scherrer Menezes; a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito do Agronegócio e Desenvolvimento, Prof. Dra. Rejaine Silva Guimarães; a Prof. Dra. Veridiana Cantão; representando a UNEMAT, a Prof. Dra. Leonarda Grillo Neves e a Prof. Dra. Sabrina Cassaro; pela UFMT e pela UNIC, o Professor Dr. Eduardo Figueiredo e o Prof. Dr. Augusto Matias de Oliveira.
A Professora Leonarda apresentou uma introdução sobre as principais atividades da Agrobiotec, que envolvem o desenvolvimento de soluções para barreiras tecnológicas e sanitárias no agronegócio; suporte às maiores cadeias produtivas, como soja, milho, leite; além da geração de conhecimento e colaboração técnico-científica por meio da parceria entre as universidades e a transferência de tecnologias.
Ela também explicou que os objetivos da Rede são o fortalecimento da pós-graduação, que gera mais treinamento aos docentes, além de recursos e bolsas. Em maior escala, os projetos visam o avanço da ciência e desenvolvimento da região centro-oeste, por meio das soluções inovadoras e conservação da biodiversidade e bioeconomia. A rede também busca a formação de profissionais, tanto para o setor público quanto para o setor privado.
Em seguida, a Professora apresentou brevemente os projetos voltados a genética e melhoramento vegetal. Um deles é a ‘Seleção de genótipos elite de teca para uma abordagem ambiental no plantio regionalizado’, ou seja, a seleção de genótipos resistentes a um dos principais fitopatógenos da cultura e adaptados às regiões do Mato Grosso.
O outro projeto, ‘Explorando a superioridade da madeira de teca na indústria florestal: uma perspectiva da qualidade na floresta comercial’, realiza o uso de dados moleculares e morfológicos para facilitar a identificação e classificação de árvores de teca com qualidade superior da madeira produzida, promovendo o uso racional desta madeira.
O Professor Eduardo Figueiredo, da área de Ciência Animal, expôs o projeto ‘Desenvolvimento e agregação de valor aos produtos de origem animal do Pantanal’, que busca identificar e selecionar bovinos pantaneiros ou raças de aptidão leiteira adaptadas ao bioma, visando o desenvolvimento sustentável da cadeia do leite e seus derivados.
Outro projeto da área, ‘Decifrando o potencial patogênico de Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC) na cadeia produtiva de carne bovina’, une as ciências agrárias a nutrição, avaliando por meio de biotecnologias o potencial patogênico e de multirresistência das cepas isoladas no Brasil, visando o controle da contaminação da carne.
Ainda neste campo, outro projeto da rede é a ‘Investigação de Salmonella spp. carreando genes de multirresistência em peixes redondos de pisciculturas na região da Amazônia, Cerrado e Pantanal’. Este tem como objetivo gerar ferramentas que possam rastrear a bactéria em peixes na cadeia produtiva da cultura de peixes nativos.
Na área de Ciência do Solo, coordenada pela Professora Veridiana, a discente Dra. Jessyca Adriana Gomes, mostrou o projeto ‘Fontes alternativas de fósforo associadas à microrganismos solubilizadores na produção e na rentabilidade da soja’, que visa a eficiência do solo impulsionando a produtividade da soja, de maneira mais sustentável e eficiente para o setor.
Na área de Fitotecnia, coordenada pela Professora June, o Professor Augusto, introduziu o projeto ‘Bactérias endofíticas na qualidade fisiológica de sementes, desenvolvimento de plantas e produtividade de grãos de soja e milho’. Este visa o desenvolvimento de inoculantes biológicos para soja e milho, a fim de melhorar a produtividade das culturas e potencializar o conhecimento sobre as interações entre a planta e os microrganismos.
No âmbito das Ciências Sociais, a Professora Rejaine lidera o projeto ‘A regulamentação do uso de bioinsumos no Brasil’. Ela explica que a área legal ainda precisa de muito estudo, e que o projeto visa a criação de estratégias para enfrentar problemas como biopirataria, buscando soluções adequadas para as questões de propriedade intelectual, segurança e sustentabilidade dos bioinsumos, criando um ambiente regulatório mais sólido.
Após as apresentações dos projetos, os professores mostraram algumas das propostas de integração da Rede, desde a criação de cartilhas e boletins informativos, transmissões ao vivo em redes sociais, até a proposta de um Dia de Campo interativo, visando a troca de conhecimentos e experiências.
Para o reitor, Professor Dr. Alberto Barella Netto, a reunião foi promissora e as expectativas são de que mais acadêmicos busquem se envolver nas atividades de pesquisa agronômica. “Um dos principais objetivos da Rede é a captação e qualificação de profissionais, e certamente nossos acadêmicos tem muito a agregar nas atividades e projetos. Esperamos que este workshop tenha também ampliado os horizontes dos futuros agrônomos, que trabalham em vista da prosperidade do nosso país”, afirma.
Equipe ASCOM
Jornalista Ana Júlia Sales
Fotos: Marcos Santos