O projeto inovador “Valorização da cadeia produtiva de fitoterápicos por meio do fomento a boas práticas de cultivo e manejo em comunidades da agricultura familiar”, aprovado junto à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) com o objetivo de valorizar a cadeia produtiva de fitoterápicos por meio de testes de extratos de plantas medicinais do Bioma Cerrado está em fase de produção das mudas.
Realizado pela Universidade de Rio Verde em conjunto com o Movimento Popular de Rio Verde (MOPORV), o projeto vai comprovar cientificamente a eficácia de três plantas nativas do cerrado na geração de produtos fitoterápicos. Estão sendo estudados a Miconia Albicans, conhecida como Canela de Velho no Brasil; a Croton Urucurana, popularmente chamada de Sangra D’água, e Caryocar brasiliense, o famoso Pequi.
O pequi é usado na medicina popular para tratar problemas respiratórios, hepáticos e oftalmológicos, além de gripes e resfriados, a Canela de Velho trata as dores nas articulações e vária outras, e a Sangra D’água é utilizada tradicionalmente como cicatrizante, anti-inflamatório e antibacteriano, entre outros benefícios, contudo a comercialização de medicamento a base dessas plantas não é permitida no Brasil, por carência de estudos comprobatórios da segurança no uso, sendo essencial o trabalho desenvolvido na Universidade.

O projeto aprovado receber o aporte financeiro de R$ 2 milhões e conta com a colaboração da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação, de professores do Mestrado em Produção Vegetal, e também das Faculdades de Agronomia; Odontologia e Medicina. Unindo ciência e medicina popular em benefício da comunidade, a fase atual de produção de mudas conta com a participação dos professores Dra. June Faria Scherrer Menezes e o acadêmico Vinicius Marinho, na produção de exemplares da Canela de Velho; Dra. Karina Volpi Furtini Boldrin e o acadêmico Felipe Gabriel Fernandes Soares, na produção do Pequi, e Dr. Givanildo Zildo da Silva, com a acadêmica Larissa Ferreira Lopes Melo, produzindo as mudas de Sangra D’água, além do Professor Dr. Márcio Rosa, responsável pela parte de fisiologia das plantas.
O projeto integra o Programa Cadeias Produtivas da Bioeconomia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), atendendo a critérios de ações que promovam soluções aos gargalos científicos e tecnológicos e fortaleçam as cadeias produtivas baseadas na biodiversidade brasileira, agregando valores e melhorando a qualidade de vida das populações atendidas.
De acordo com a Professora June, o projeto além de inovador, servirá para comprovar cientificamente a eficácia dos produtos e beneficiará a comunidade. ”Esse projeto inovador irá promover um impacto positivo na comunidade com a produção comprovada cientificamente de medicamentos fitoterápicos com essas três espécies. A UniRV faz seu papel como instituição que valoriza a pesquisa e a ONG consegue produzir medicamentos cientificamente comprovados e com plantas do nosso Cerrado,” comenta a Coordenadora.
Concluída a etapa da produção das mudas em larga escala, o projeto entra para a etapa dos fármacos, que é a extração e identificação dos princípios ativos de cada espécie, e posteriormente entrar para a etapa médica da saúde, que serão as comprovações por meio dos testes para comprovação.
June completa ainda que o projeto de valorização da cadeia produtiva de fitoterápicos representa um marco inovador na integração entre ciência, cultura popular e medicina natural, ao unir o conhecimento tradicional sobre o uso medicinal de plantas do Cerrado com a comprovação científica de sua eficácia e segurança. “Esse projeto vai validar cientificamente os benefícios terapêuticos dessas plantas, e também abrir caminho para sua regulamentação e comercialização no Brasil, promovendo saúde, geração de renda e valorização dos saberes populares, além de agregar valor à biodiversidade do Cerrado.
Equipe Ascom UniRV
Jornalista Vanderli Silvestre - CRP 4126/GO
Fotos: Marcos Santos