Hoje, dia 20 de junho, o Solstício de Inverno marca o início da estação mais fria do ano. O evento astronômico também se caracteriza pelo dia mais curto de 2024 e a noite mais longa. Em Rio Verde o sol nasceu às 6h54 e vai se pôr às 17h51.
A palavra “solstício” tem origem no latim e significa “sol parado”. A nomenclatura foi escolhida após astrônomos notarem que o sol “parava” ao atingir um ponto máximo no céu duas vezes ao ano: em junho e em dezembro.
Como as estações do ano acontecem devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita e à translação, o começo delas fica associado aos solstícios, de inverno e de verão, e aos equinócios, de outono e de primavera.
No solstício de inverno, o sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela Linha do Equador. Quando a terra atinge este ponto em junho, a radiação solar é menor no Hemisfério Sul, e com menos horas de sol, o dia fica mais curto e a noite mais longa.
A Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (ON/MCTI), mostra que durante os equinócios a duração do dia e da noite é praticamente a mesma. No entanto, após a passagem do fenômeno no outono, os dias vão se tornando progressivamente mais curtos até o solstício de inverno.
Em Goiás, além das temperaturas baixas, o inverno também reforça o tempo seco e a baixa umidade, o que facilita a ocorrência de surtos de gripe e casos de resfriado nesse período. Isso acontece porque o clima mais seco costuma provocar lesões na mucosa nasal, facilitando a entrada de vírus pelas vias respiratórias e a sua proliferação.
Segundo o Professor Dr. Gilmar Oliveira Santos, como estamos saindo de um período forte de El Ninõ – aumento da temperatura das águas oceânicas, que gera chuvas torrenciais no Sul e secas severas no Nordeste e no Norte – e entrando no período de La Niña – resfriamento das águas que tende a gerar secas em boa parte do Brasil –, neste momento de neutralidade de transição, enfrentaremos um inverno mais ameno.
A Estação Meteorológica Automática de Rio Verde, da parceria entre a Universidade de Rio Verde – UniRV e do Instituto Nacional de Meteorologia, INMET, revela que a primeira quinzena de julho deve ser a mais fria do período, com temperaturas mínimas entre 5ºC e 9ºC na madrugada, e depois com média mínima de 12ºC a 16ºC e máxima de 28ºC e 32ºC, mostrando uma grande amplitude térmica.
O Professor reforça ainda que o destaque do inverno este ano é a baixa umidade do ar. “Nossa Estação mostra que a última chuva significativa foi em 15 de abril, ou seja, estamos há mais de 60 dias sem uma chuva significativa, e por isso a umidade está tão baixa. Nesta semana a umidade chegou a 28% e a tendência ainda é diminuir”, explica.
Para a agricultura, como a região do cerrado é propensa a queimadas naturais, especialmente com o tempo mais seco, o Professor recomenda que o produtor rural faça o aceiro, que é a remoção da vegetação em uma determinada faixa de terra com o objetivo de impedir a passagem do fogo. Ele também sugere que a colheita seja feita o quanto antes, para evitar que a produção seja perdida com as possíveis queimadas.
“A Estação Meteorológica Automática de Rio Verde contribui significativamente na realização de pesquisas além de ser uma importante ferramenta também na agricultura, já que seus dados são públicos e acessíveis”, reforça o Reitor, Professor Dr. Alberto Barella Netto.
Equipe ASCOM
Jornalista Ana Júlia Sales
Arte: Eduardo Thomaz