O primeiro dia do V Simpósio Alzheimer de A a Z, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) em parceria com a UniRV, começou com palestras introdutórias sobre a doença e seu diagnóstico, tratando das suas fases Pré-Clínica e Leve. O evento continua amanhã, a partir das 8h30, no Auditório Administrativo.
Com apresentação musical do maestro prof. Me. Júlio César Costa Barbosa, a Universidade recebeu os participantes.
O Diretor do curso de Medicina do Campus Rio Verde, e também Diretor Científico do SBGG, prof. Me. Rychard Arruda de Souza, iniciou o evento contando sua experiência com as pesquisas sobre a doença de Alzheimer, e então dando boas-vindas aos palestrantes e agradecendo à Universidade pela oportunidade de poder realizar essa parceria.
Em seguida, a Dra. Eliza de Oliveira Borges, geriatra e presidente da SBGG, apresentou aos alunos o órgão. “A SBGG tem buscado realizar uma descentralização dos profissionais da área, trazendo eventos como este para os centros acadêmicos do interior. Por isso é um grande prazer poder participar de um evento assim. Gostaria de agradecer especialmente a UniRV, e aos acadêmicos do curso, por oferecerem todo o suporte para o evento”, diz.

Rychard inicia sua palestra sobre o Diagnóstico Diferencial e a sua importância na precisão da análise deste tipo de doença, reforçando a necessidade de uma anamnese profunda e atenta, que avalie desde os fatores de risco, como genética, aos sintomas iniciais como a queixa de problemas na memória. “As queixas de memória são frequentes? Quando essa queixa é sinal de doença? Pode ser um indicativo de comprometimento cognitivo leve. É necessário iniciar o cuidado nessa fase, pois pode evoluir para doença de Alzheimer”, explica.

Dando sequência a discussão, o especialista em Medicina Nuclear, Dr. Whemberton Araújo expôs o papel do exame PET-CT neurológico na avaliação de demências. “Esse é um exame de imagem que permite analisar alterações funcionais do cérebro, e por isso também é indicado para o diagnóstico diferencial entre depressão em idosos e até outras doenças degenerativas. É uma forma muito eficaz de fazer o diagnóstico da forma mais precisa possível”, diz.

Em seguida, de forma remota por meio de videochamada, o Dr. Marco Túlio Pedatella, neurologista, apresentou os Biomarcadores e esclareceu seu uso no auxílio do diagnóstico precoce da doença, além de servir para acompanhar sua progressão e avaliar a eficácia dos tratamentos. “Os biomarcadores fornecem valores adicionais na avaliação do diagnóstico dos pacientes com comprometimento cognitivo, principalmente nas fases iniciais ou quando há dúvidas”, conclui.

Os demais palestrantes abordaram a psicoterapia como parte do tratamento e também métodos de prevenção aliados a nutrição e exercícios físicos.
A neuropsicóloga Rejane Soares Ferreira falou sobre a Reabilitação Psicológica, e como a terapia é um tratamento que pode proporcionar novas respostas aos medicamentos. “É necessária uma avaliação neuropsicológica aprofundada, para que seja analisado quais habilidades cognitivas estão sendo mais prejudicadas. Os treinos cognitivos fazem toda a diferença. Com o auxílio da família a possibilidade de intervenção é muito mais eficaz, pois cada caso é muito diferente do outro e precisa de muito acolhimento”, esclarece.

A nutricionista Kamila Silva Barros, explicou a abordagem nutricional que pode ajudar na redução do avanço da doença, trabalhando os fatores preventivos e reversíveis, e aliviar os sintomas da doença. “O comprometimento cognitivo afeta também os hábitos alimentares dos idosos. Muitos acabam buscando alimentos ultraprocessados por não conseguirem mais cozinhar, ou descascar uma fruta, por exemplo. É necessário um gerenciamento da rotina alimentar, já que fatores como o diabetes, problemas na pressão arterial e sobrepeso podem acelerar ainda mais a progressão da doença”, explica.

Para concluir o primeiro dia da atividade, o Educador Físico, Dr. Luiz Sinésio Neto abordou o impacto das atividades físicas. “Os fatores ambientais e de estilo de vida são responsáveis por quase 50% dos casos de Alzheimer no Brasil e parte significativa destes casos poderia ser evitada com aumento do nível educacional e a prática regular de exercícios físicos. Atividades como a musculação podem prevenir ou ao menos retardar o surgimento de sintomas relacionados ao Alzheimer, além de ser uma terapia de fácil acesso para pacientes com a doença”, comenta.

O Reitor Alberto Barella reforça o compromisso da UniRV em sempre levar informação e tornar a divulgação científica mais acessível. “Parcerias em atividades como estas são de extrema importância, para expandir os horizontes dos estudantes e enriquecer ainda mais seu aprendizado. Além de conscientizar sobre uma doença tão comum, porém ainda tão misteriosa quanto a sua causa”, comenta.
Confira a programação de amanhã, 16, que abordará as fases moderada a avançada da doença:
Equipe ASCOM
Jornalista Ana Júlia de oliveira Sales
Fotos: Herisson Tessari