Em meio a várias culturas verdes e a pastagem ao longo da fazenda experimental, o dourado do trigo reluz aos olhos de quem passa na avenida de acesso à Universidade de Rio Verde. As espigas douradas são frutos de um trabalho de pesquisas com a cultura do trigo em plantio de safrinhas, realizados pelos professores Dr. Antônio Joaquim Braga Pereira Braz e Dr. Gustavo André Simom, da Faculdade de Agronomia, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Trigo) e a Biotrigo, ambas de Passo Fundo–RS.
Essa parceria, além de proporcionar o encontro de variedades adaptáveis a condição de cerrado, resistentes as doenças, com um bom porte, ciclos mais precoces e alta produtividade, possibilita a utilização para as aulas práticas do Curso de Agronomia, bem como, para elaboração dos TCCs e publicações, tornando-se um importante campo de práticas e pesquisas que contribuem com o aprendizado dos acadêmicos. “Esse é um trabalho de pesquisa com a cultura do trigo, com o plantio de safrinha que fazemos há mais de 30 anos em parceria com a Embrapa, e essa parceria consiste um importante projeto de pesquisa que beneficia a produção do grão no País e a utilização para as aulas práticas do curso. Os acadêmicos utilizam esses ensaios para as práticas e a elaboração dos TCCs,” reforçou professor Braz.
Mas afinal, de onde veio o trigo? O registro arqueológico sugere que o trigo foi cultivado pela primeira vez nas regiões do Crescente Fértil, no vale do rio Tigre e Eufrates, também conhecido como o berço da civilização, há quase 12 mil anos atrás. O trigo é cultivado, desde o século XVIII e estima- se que existem mais de 30.000 variedades de trigo que foram produzidas através do cruzamento de seis tipos básicos da planta, sendo consumido inicialmente cru e, posteriormente com tecnologia avançada, as pessoas começaram a moer o trigo para produzir farinha.
Em termos de cultivo da variável, relacionada a safra 2021, o Brasil tem hoje 2.530,20 hectares de área plantada e uma produção de 6.942,1 toneladas. No que se refere ao Estado de Goiás, temos uma área plantada de 56 mil hectares e uma produção equivalente a 224 mil toneladas. Conforme os dados do Analista de Mercado da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro.
Os relatos das pesquisas e os resultados alcançados nos ensaios feitos pelos professores servirão também para embasar, a perspectiva de aumento na área produzida, uma vez que o Brasil pretende aumentar em 100 mil hectares a área de produção de trigo no Cerrado até a safra 2023, conforme a projeção da Embrapa Trigo. “Essas pesquisas geram informações sobre a capacidade de adaptação de novas variáveis, e para gerar essas informações que subsidiam os produtores, realizamos esse experimento todo ano. Estamos gerando informações para a ciência e para subsidiar o agronegócio, além de produzir conhecimento para os nossos acadêmicos que contribuirão com sua vida profissional”, finalizou Simom.
Além de toda a contribuição comercial, o trigo é a principal fonte de proteína vegetal na alimentação humana, tendo maior teor de proteína do que outros cereais importantes, como milho ou arroz. É um componente importante da dieta devido à adaptabilidade agronômica da planta de trigo.