Em um mundo cada vez mais conectado, as notificações do celular podem parecer inofensivas, mas tem efeitos profundos no comportamento e no bem-estar emocional das pessoas. Esse fenômeno, conhecido como ansiedade de notificação, descreve a inquietação ou tensão causada pela expectativa constante de receber mensagens, alertas ou interações digitais.
Estudos em Psicologia mostram que a espera por notificações ativa os mesmos circuitos cerebrais ligados à recompensa. “Quando uma mensagem chega, acontece uma descarga de dopamina no nosso cérebro, trazendo prazer momentâneo. Quando não há notificações, o efeito pode ser inverso: frustração, irritabilidade e até tristeza, gerando oscilações no humor”, explica o Psicólogo, egresso da Universidade de Rio Verde, Marcos Eduardo.
A presença constante de notificações prejudica a capacidade de manter o foco em tarefas. Uma pesquisa realizada pelo Círculo Psicanalítico de Sergipe aponta que, mesmo sem olhar o celular, apenas ouvir ou sentir uma vibração já pode quebrar a concentração. “Essa quebra de pensamento compromete o rendimento no trabalho e nos estudos, aumentando o estresse e a sensação de sobrecarga mental”, explica o Psicólogo.
As notificações também influenciam relacionamentos e a rotina. A necessidade de checar constantemente o celular pode gerar distrações durante conversas presenciais, reduzir a qualidade do tempo em família e até causar conflitos pela sensação de falta de atenção. Além disso, esse comportamento está relacionado ao FOMO (Fear of Missing Out), ou medo de estar perdendo algo.
O FOMO intensifica a ansiedade e reforça sentimentos de insegurança e dependência emocional, já que a pessoa sente a necessidade constante de se manter conectada para não “ficar de fora” de interações sociais ou informações importantes. Já atuando como Designer Gráfico, Eduardo Thomaz, está em busca do título de especialista, e revela que por muitas vezes deixou de lado as atividades online da pós-graduação pela ansiedade de verificar as notificações.
O psicólogo sugere as seguintes práticas simples para reduzir a ansiedade de notificação, como: desativar notificações não essenciais, estabelecer horários para verificar mensagens, e ter momentos de desconexão, principalmente antes de dormir.
Diante dessa tendência, a necessidade de repensar a forma como as rotinas de estudo e trabalho são organizadas se fortalece. O reitor, Professor Dr. Alberto Barella Netto, reforça à comunidade acadêmica a importância de práticas como o autocuidado, regulação emocional e manejo do tempo precisam ser incorporadas às rotinas acadêmicas.
“Reconhecemos que a saúde mental desempenha um papel fundamental no rendimento de nossos acadêmicos e futuros profissionais. Aqui oferecemos apoio psicológico emergencial gratuito aos estudantes, onde podem aprender técnicas e métodos que atuem contra a ansiedade. Nosso objetivo é cuidar de cada um para que aproveitem a experiência universitária e se tornem profissionais preparados para o mercado”, declara.
Equipe ASCOM
Jornalista Ana Júlia Sales
Arte: Vinícius Macedo