A Engenharia de Software é uma área que permite uma vasta gama de atuações no mercado de trabalho e recentemente estas opções tem se tornado ainda mais amplas. Algumas delas são a criação e desenvolvimento de sistemas; gerenciamento de projetos; segurança da informação e testes de software. Um outro caminho mais leve e divertido também tem chamado a atenção dos engenheiros: o desenvolvimento e programação de jogos.
De acordo com a Pesquisa da Indústria Brasileira de Games realizada em 2022, no ano passado existiam mais de mil estúdios de desenvolvimento de jogos, o que representa um salto de 169% em relação a 2018, quando o Brasil possuía 375 empresas na área. Por estar em expansão, esse mercado vem chamando atenção de profissionais nos últimos anos.
O acadêmico da Faculdade de Engenharia de Software da Universidade de Rio Verde, Pedro Garcia Augusto Pereira, revela que desde antes de ingressar no curso tinha interesse em desenvolver jogos, mas somente esse ano iniciou de seu projeto um jogo voltado ao aprendizado de lógica computacional. “É um projeto ainda em desenvolvimento, mas é um jogo educacional para ensino de lógica de programação chamado: Logic-Encrypted”, explica.
Pedro compartilha que o jogo é 2D (duas dimensões) onde o personagem anda em uma cripta com apenas um caderno e um lápis em mãos. No caderno há conceitos de programação explicados de forma leve. A ideia é que o jogador possa remover, mover ou adicionar certas palavras chaves para consertar o código e assim, destrancar a porta para a próxima fase.
“Para cada fase superada, novos conceitos vão sendo desbloqueados no caderno, como se o próprio personagem principal estivesse anotando seus aprendizados, e, dessa forma, o jogador recebe um feedback imediato sobre suas decisões, o que acaba por ajudar a fixar o aprendizado de forma prática e interativa”, esclarece Pedro.
Pedro conta que o processo de criação dos jogos é cansativo, mas gratificante. “A todo momento alguma coisa dá errado, a gente tenta consertar, mas aí mexe em outra coisa e dá problema em outro lugar. Mas no final das contas, ver o projeto funcionando, nem que seja só um pedaço dele já é muito gratificante. Mesmo que eu não conseguisse trabalhar de forma rentável com isso, com certeza eu continuaria a programar jogos”, afirma.
Segundo Pedro, a C++ é uma das linguagens mais utilizadas para jogos, já que também é usada em uma plataforma de desenvolvimento de jogos bem famosa chamada Unreal Engine. “Não existe linguagem certa para programar um jogo, tudo depende do que você quer fazer e como você quer fazer, e então terão linguagens mais práticas de se usar”, afirma.
O reitor, Professor Dr. Alberto Barella Netto comenta que a expansão do mercado da Engenharia de Software nessa área demonstra o lado criativo dos acadêmicos. “A Engenharia de Software une a lógica e a visão dos estudantes para criar novos caminhos. O mundo dos jogos costuma ser para muitos a porta de entrada neste curso e profissão, por isso é muito gratificante observar que esta área pode ser também o futuro de nossos engenheiros”, comenta.
Equipe ASCOM
Jornalista Ana Júlia Sales
Capa: Vinícius Macedo